A lenda de Canta Galo
Diz a lenda, que já lá vão muitos e muitos anos, outrora S. Tomé era o refúgio de todos os galos do mundo.
Viam-se galos por todas as partes da Ilha. Era ensurdecedor o cocorococó dos galos.
A Ilha parecia estar sempre em festa por causa da algazarra e do cantar dos galos, quase em todos os momentos e por todos os cantos.
A alegria era infernal.
Mas os galos monopolizavam a Ilha, esquecendo-se de que não eram os únicos habitantes.
Havia pessoas que estavam contentes com os galos, por causa da sua alegria contagiosa. Portanto, achavam adequado e apoiavam o barulho feito pelas aves. Outros estavam indiferentes com a algazarra.
Existia, no entanto, um terceiro grupo, o mais numeroso, que achava impróprio o barulho feito pelos galos, encontrando-se, portanto, zangados com os galináceos. Não podendo aguentar por mais tempo tanto barulho, o terceiro grupo mandou, através de um mensageiro, o seguinte:
<< Aconselhamo-vos a emigrarem e a fixarem-se num local muito afastado de nós. Caso contrário, haverá guerra entre os nossos grupos no período de quarenta e oito horas. O vencedor ficará no terreno.>>
Os galos, como eram muito educados e delicados, optaram pela primeira hipótese, convocando imediatamente uma reunião cujo tema era a escolha do rei para chefiar a expedição que se iria processar imediatamente.
A escolha recaía sobre um galo preto, muito grande.
Depois dos preparativos, a emigração começou.
Deram voltas e mais voltas às ilhas e ilhéus, procurando incansavelmente um sítio bom, que reunisse todas as condições para ter uma vida alegre.
Depois de muito andarem e muito procurarem, passado um ano, encontraram o lugar ideal, que parecia criado de propósito para os galos, fixando-se então aí.
Desse tempo, jamais se ouviu os galos cantarem desordenadamente de norte a sul, de este a oeste, mas sim num lugar determinado e a horas certas.
Então, os habitantes das ilhas designaram esse lugar de Canta Galo.
Vale do Canta Galo |
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CONTO POPULAR DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
O casal Sam Fali e Sum Fléflé viviam em um povoado distante em meio à floresta.
Um dia, Sum Fléflé foi caçar levando consigo o cãozinho Loló. Ao voltar para casa o pobre homem parava a todo o momento para descansar, pois a sua carga era por demais pesada.
Em uma dessas paradas, o cãozinho Loló ofereceu-se para levar a carga em seu lugar, contanto que ele não revelasse à sua mulher que ele era capaz de desempenhar essa actividade e nem que era capaz de falar. Sum Fleflé aceitou, prometendo nada revelar à Sam Fali.
Porém, a mulher desconfiou que algo tinha ocorrido e começou a perguntar ao marido quem tinha carregado a carga. Durante algum tempo o homem conseguiu guardar segredo, mas, ao ser ameaçado de abandono pela mulher, acabou por contar a verdade.
Ao ver que tinha sido traído por seu amo, Loló gemeu muitas vezes e, desde esse dia, nunca mais cão algum falou.
Um dia, Sum Fléflé foi caçar levando consigo o cãozinho Loló. Ao voltar para casa o pobre homem parava a todo o momento para descansar, pois a sua carga era por demais pesada.
Em uma dessas paradas, o cãozinho Loló ofereceu-se para levar a carga em seu lugar, contanto que ele não revelasse à sua mulher que ele era capaz de desempenhar essa actividade e nem que era capaz de falar. Sum Fleflé aceitou, prometendo nada revelar à Sam Fali.
Porém, a mulher desconfiou que algo tinha ocorrido e começou a perguntar ao marido quem tinha carregado a carga. Durante algum tempo o homem conseguiu guardar segredo, mas, ao ser ameaçado de abandono pela mulher, acabou por contar a verdade.
Ao ver que tinha sido traído por seu amo, Loló gemeu muitas vezes e, desde esse dia, nunca mais cão algum falou.